Insônia


Meia-noite e um turbilhão de pensamentos. Tudo o que passa por meus sentidos é estímulo, e meu cérebro não quer perder nada do que acontece.


É o que acontece quando invento de ficar no computador até tarde. Ou quando leio um bom livro antes de dormir. Ou mesmo quando tomo banho logo antes de deitar. Por mais clichê que possa ser, a água me traz uma enxurrada de idéias.


Agora surgem planos mirabolantes, de chamar aquela pessoa pra sair, de ir ao banco, de comprar mais memória pro notebook, voltar a escrever meu livro, postar no blog...


Vou beber água. De olhos fechados, vejo a casa inteira. A alta atividade do meu cérebro desenha todos os pontos em que devo ter cuidado com as paredes e móveis. Na esperança de que enxergar o caminho me faça pensar menos, abro a porta da geladeira para iluminar o caminho até o gelágua.


Se torna mais uma brincadeira. Vou percorrendo o caminho e a porta fechando, aumentando a dificuldade e fazendo com que eu volte a desenhar a casa na minha mente. Pego o copo sem enxergá-lo, encho e bebo a água, devolvo pro lugar. Sem esbarrões. Eu que vivo dizendo que tenho memória ruim.


Voltando pro quarto, a luz verde do celular recarregando serve de farol. Deito na rede. "Amanhã escrevo sobre isso." Parece que alguma coisa se aquietou em minha cabeça, já posso dormir em paz.


Mas depois do almoço vai ser difícil voltar ao trabalho.



Noktomezo, penslavango. Ĉiuj, kiu passas per miaj sencoj stimulas min, kaj mia cerbo volas perdi nenion, kion okazas ĉirkaŭ.


Tio estas, kiu okazas kiam mi starigas ĝis malfrue en la komputilo. Aŭ kiam mi legas bonan libron. Aŭ eĉ kiam mi banas ĵus antaŭ dormi. Per kliŝa tio estas, akvo alportas al mi idea inundo.


Ankoraŭ ekaperas frenezaj planojn: voki tiun pri promeni, iri al la banko, aĉeti ĉefmemoron por la tekkomputilo, turni al skribi miajn librojn, poŝti en la blogon...


Trinkos akvon. Fermitaj okuloj, mi vidas la tuta domo. La alta agado de mia cerbo projektas ĉiujn la punktojn, en tiuj mi devas zorgi la vandojn kaj meblojn. Esperanta ke, vidanta la vojon mi pensus malpli, mi malfermas la pordon de la glaciujo, por ilumini la vojo ĝis la trinkujo.


Ĝi fariĝas alia ludo. Mi trakuras la vojon, la pordo fermas, pligrandigas la malfacilaĵon kaj mi reen projektas la domon en mia menso. Mi prenas la glason sen vidi ĝin, plenas ĝin kaj trinkas la akvon, redonas ĝin al ĝia loko. Sen ekpuŝiĝoj. Kaj mi diras ĉiam, mi havas malbonan memoron.


Reirante al ĉambro, la verda lumo de la poŝtelefono funkcias kiel reflektoro. Mi kuŝiĝas en la teksaĵo. "Morgaŭ mi skribos pri tio." Ĝi ŝajnas kiel io kvietigis en mia ĉefo, mi jam povas pace dormi.


Comentários

Anônimo disse…
Legal esse post! Está voltando à ativa? Espero que sim, gosto de te ler!
Eu é que não crio vergonha e lanço logo meu bloguinho de coisinhas minhas... To com um projeto do blog de uma amiga mto louca, cujas histórias irão parecer ficção... Mas esse ano sai! =D
Anônimo disse…
Maldita insônia!
Maldita!

Mal...

...

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Ainda bem que ela passou...
Anônimo disse…
Descobri mais um cronista.
Esdras Beleza disse…
Eu devia estar dormindo, mas tô eguando no computador. e sei que vai ser foda, também, aguentar a faculdade na quinta morto de sono. e sempre tenho um monte de idéia à noite que esqueço de anotar por pura preguiça de pegar o bloquinho de idéias, e sempre esqueço de manhã.

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