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Mostrando postagens de 2008

O Ápice do Autoconhecimento

O conceito mais forte na cultura do andarilho era o autoconhecimento. Na maioria das culturas é assim, uma pessoa só atinge seu máximo quando se conhece suficientemente. Para a maioria das pessoas o autoconhecimento não precisa ser pleno, basta um pouco, o suficiente para enfrentar os desafios diários. Mas para o andarilho não poderia ser assim. Ele enfrentara grandes desafios pelo seu povo, lutara em batalhas que garantiram a identidade de sua gente, conhecia toda a sua história. Ele era um exemplo a ser seguido. E ele conhecia-se completamente. Mas isso não era o fim de uma vida cheia de conquistas, havia muito o que conhecer no mundo. Então o andarilho deixou o castelo do rei, onde por pouco tempo ensinara a vários os segredos de sua técnica de autoconhecimento e assumiu sua natureza mais uma vez: passou a vagar pelo mundo e a aprender o que pudesse. E o andarilho conheceu muitas coisas e muitas pessoas. Aprendeu muito sobre o mundo e sobre as pessoas. Então, em uma animada conversa

Verdadeira Natureza

"Mas de onde vieram tantas histórias, velho curandeiro?" Perguntou um dia a menina de cabelos cacheados. Sua mãe a repreendeu pelo "velho", mas o andarilho não se importou. Já estava naquela cidade há tanto tempo que apenas ele se chamava de andarilho, quando se observava no presente e no passado. Durante todos estes anos naquela cidade, o andarilho passou a ser chamado de forasteiro, pois já não mais andava pelos países daquela terra colhendo suas histórias. Agora ele as contava para as pessoas que quisessem escutar. O forasteiro passou a também curar as pessoas daquela região de suas doenças do corpo e da mente. Ensinava-lhes um pouco de sua cultura e elas se sentiam iluminadas. Mas diante da pergunta da garota de cabelos e olhos escuros, o andarilho se viu confrontado com seu passado. A maioria das histórias que hoje o andarilho conta são baseadas no que ele vê das pessoas e dos viajantes que passam pela cidade com histórias de países distantes. Ele apenas as mis

Libertando Livros Velhos

Hoje vou libertar um livro velho. Velho no sentido de comprado e lido há muito tempo. Aliás, li duas vezes. O livro é O Demônio e a Srta. Prym , de Paulo Coelho. Comprei-o na Bienal do Livro de Fortaleza em 2000 e hoje, oito anos depois, o libertarei. Não lembro por quanto o comprei, mas foi uma boa aquisição, e hoje ele poderá ser de outra pessoa. Não vou entrar no mérito da qualidade do que Paulo Coelho escreve. Este livro não tenta passar a imagem de que magia existe ou de que existem coisas além do que os olhos vêem. Ele conta uma história que nos faz pensar sobre o valor das coisas pequenas e das coisas grandes. Nos faz pensar se algo que é ruim para um e bom para muitos vale a pena. Nos faz pensar sobre que tipo de sacrifícios estamos dispostos a fazer por um bem maior - um bem maior para nossos egos, para uma comunidade ou para a humanidade inteira. Eu também ia libertar Hiroshima de John Hersey, mas ainda não estou pronto par deixá-lo. Ele me lembra de histórias antigas

Nunca parar

Tentando continuar esta série , que escrevi no início do blog. O andarilho montou acampamento em um ponto alto, próximo a uma cidade, sob a sombra de uma árvore. Releu seus pergaminhos, praticou os rituais mais simples. Tinha consciência de que deveria recuperar sua prática perdida. Esta recuperação não foi fácil. Anos de desleixo não se recuperam em alguns meses. Mas a proximidade da cidade era um fator novo, que permitia variações nas fórmulas dos ritos e levavam o andarilho a explorar faces de sua cultura até então desconhecidas para ele. Também tornou-se inevitável a interação com as pessoas da cidade, e esta interação foi o que mostrou ao andarilho novas possibilidades. Ele buscou conhecer pessoas, criou alguns laços de amizade e seus ritos o ajudaram bastante nesta parte. Era o que o andarilho precisava, era o que ele queria encontrar na caravana e ela não o deu: uma mudança grande. E a mudança só foi possível após todo o trauma causado pela temporada junto à caravana. Na cidade,

Mais Mudanças

Mais uma mudança no blog, para um layout mais avançado e uma mudança na linha editorial. O layout é baseado no layout do Usuário Compulsivo e aos poucos vou fazer algumas alterações. Em relação à linha editorial, estou sempre mudando de opinião e de vontades, então ela muda sempre. Capaz de eu criar categorias ou até blogs secundários para textos em esperanto e em alemão. Mas isto é apenas uma possibilidade. Dentre as possibilidades analisadas para a mudança, até visualizei migrar para o wordpress, mas não gostei da idéia da pouca liberdade que há lá. Resolvi ficar no Blogspot mesmo que eu já conheço. Até mais com mais mudanças, meus dois leitores! Jen alia ŝanĝo en la blogo, al pli moderna aranĝo kaj ŝanĝoj en la scribmaniero. La aranĝo estas bazita de Usuário Compulsivo kaj malmulte mi ŝanĝos ĝin. Rilate al scribmaniero, mi ĉiam ŝanĝas miajn opiniojn kaj volojn, do ĝi ĉiam ŝanĝas. Probable mi kreos kategoriojn aŭ mem aliajn blogojn nur esperante kaj germane. Sed tio estas nur ebloj

Xingling-player, desfecho da história

Continuando com a história do xingling-player, a batalha chegou ao fim. Acho que ganhei. Bem, tentei seguir o plano que descrevi no post anterior. Tentei ligar para o número 0800 da distribuidora, e só consegui uma mensagem de que o número não era mais válido ou algo assim. Mandei um e-mail pelo formulário de contato disponível no site, informando o que havia acontecido e perguntando se uma formatação era segura. Esperei 2 dias pela resposta, e nada. Então apelei para a loja. Pelo site, tentei iniciar o processo de devolução, mas não consegui. Por telefone resolvi tudo. Ganhei um vale-compras. Eu queria mesmo a devolução do dinheiro, mas seria complicado e eu não queria esquentar a cabeça. Para ter o vale-compras eu deveria enviar o produto pelos Correios, e para isto a loja forneceu uma postagem paga. Tive de ir à agência central para realizar a entrega. Tudo correu bem, mas eu sabia que ainda poderia complicar. Com a greve dos Correios, a entrega demorou a chegar e acabei recebendo u

Xingling-player

É, eu parei por um longo tempo, mais para ver se os meus 2 últimos leitores esqueciam o conto que ficou pela metade. Mas este acontecimento foi demais, e como eu estou contando-o para muita gente, melhor estcrever logo. Acontece que minha mãe resolveu entrar para a era digital e quis um mp3-player. Não precisava ser um "mp4-player" nem um "mp7-player", só precisava tocar as músicas que ela gosta. O modelo mais barato. Resolvi que um de 1GB fosse suficiente. Claro que resolvi dar mais uma chance ao comércio local, mas eles não têm jeito. Tudo aqui é muito caro. Apelei para uma loja on-line. Aí exagerei no sentido de "o mais barato". Foi um modelo de 99 reais de uma marca desconhecida, que passou para 108 com o frete. Na hora que vi o frete, pensei em desistir. Na verdade, nem notei a marca, eu meio que ceguei na hora. Eu já cometi antes a besteira de comprar um mp3-player barato e me dar mal, ainda estou para entender como caí nessa outra vez. Um devaneio s

Dois Caminhos, parte 2

Escolheram Earendi, uma altera que morava na mesma vila, para cruzar o caminho de Menki. Eles não se conheciam, mas tinham interesses em comum. Como de costume da Conspiração, seus vários membros ativos trabalharam secretamente para alterar as rotinas de Menki e de Earendi, para que eles se encontrassem. Menki e Earendi se encontraram e se tornaram amigos. Menki mal tinha consciência de sua natureza Altera, mas Earendi notou logo em seus traços que eles deveriam ser iguais. Menki viu nascer uma revolução em sua mente naquele dia. Era difícil decidir entre o certo e o duvidoso. A moça simples era visivelmente diferente dele, e aquela aproximação não duraria muito tempo antes que eles começassem a se magoar. Mas Earendi não parecia tão disposta a uma amizade mais próxima, embora Menki soubesse que neste caso eles poderiam compartilhar de mais alegrias do que já compartilhavam atualmente. Decidir entre a curta alegria com final trágico e uma provável felicidade duradoura, com riscos de pe

Dois Caminhos

Voltando a escrever narrativas. De agora em diante, tentarei usar a narração mais freqüentemente, em vez de discutir o assunto em questão diretamente, como estava fazendo nas últimas postagens. Nos tempos do exílio dos Alterom viveu Menki, um Altero dedicado apenas à sua vida. Menki não pensava na luta pelo fim do exílio, nem mesmo tinha completa consciência de suas origens. Ele tentava construir uma vida de acordo com os costumes do país onde havia crescido. Ele havia esquecido so costumes de seu povo, não se reunia com seus iguais e não realizava os rituais que sua cultura havia criado. Menki também não conseguia se integrar à vida da sociedade na qual vivia. No fundo, ele ainda achava aqueles costumes estranhos e a adaptação não era fácil. Mas esta não era a vida que os Antigos Alterom haviam reservado a Menki. Ele deveria penetrar e se integrar àquela sociedade, mas para tornar alguns de seus componentes simpáticos à causa Altera. Menki sentia-se incompleto, mas não sabia o que pod

Blogs e blogs

Há algum tempo, a Cynara reclamou sobre alguém que se dizia não estar na blogosfera. Eu na verdade acho que existem duas blogosferas atualmente. E eu me encontro no meio das duas. Uma delas é a Blogosfera oficial. A que ganha dinheiro com blogs. Aquela cujos blogs são quase todos sobre tecnologia ou (web)design. Os caras que usam Macs ou querem ter um. Os caras que tem PageRank alto, que pagam hospedagem real com direito a domínio .com, que usam Wordpress instalado via ftp no servidor. A outra blogosfera, nem se chama assim. Não usam AdSense, nem feeds RSS usam. Não falam de tecnologia, só usam computadores para postar porque não tem outro jeito. Gadgets caros? Celulares Nokia 1100. MacBook Air? Pentuim III de lan-house. Hospedagem no exterior? Blogger.com do Google. Ou pior: Blogger da Globo. Estou numa situação feia pra mim. Leio mais os blogs "top" que os "ralé", mas o meu blog é ralé. Porque isso, então? Porque sou um geek como os autores de blogs "top&quo

Teclado Brasileiro Nativo (parte dois)

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Segunda parte da minha jornada com o Br-Nativo. Eu estava falando dos layouts de teclado e de como eles se adaptam a regiões ou ergonomia. Foi quando descobri o Teclado Brasileiro. Nem lembro como cheguei ao site dele, alguma busca no Google me levou até lá. Provavelmente estava relacionado ao Das Keyborard, um sonho de consumo meu. Da primeira vez, li alguma coisa no site e apenas guardei nos favoritos. Reparei que tinha com instalar no Linux e no Windows e achei bem interessante. Chegando em casa, procurei outros layouts no Windows (ainda não era tão usuário de Linux) e experimentei o Dvorak por 10 minutos. Ano passado voltei a procurá-lo. Li, instalei, mas ainda não me sentia preparado para usá-lo. Chegou a monografia e eu pensei "É um grande volume de texto para digitar, será um ótimo treinamento". Mas logo em seguida repensei "Já escrevo devagar com o QWERTY, imagina com o Br-Nativo". Mas no mesmo dia li sobre o Klavaro e o instalei. Comecei o treinamento mas

Teclado Brasileiro Nativo (parte um)

Este é o post mais tecnológico do blog. Claro, porque este não é um blog de tecnologia, embora eu trabalhe com tecnologia e a ame. O post é mais para falar da minha última viagem: usar o teclado brasileiro . Quem acompanha o meu twitter já me leu falando dele. Quem me vê todo dia também já deve ter passado por uma sessão de tortura daquelas onde eu tento convencê-los a se interessar por alguma coisa que me interessa. Muito bem, mas do que se trata? Você sabe que esse teclado QWERTY foi desenhado para as pessoas escreverem devagar? Na Wikipédia, há uma história do surgimento deste layout de teclado. Uma versão sobre como a posição das teclas foi determinada diz que o layout foi desenhado visando separar seqüências comuns de letras na língua inglesa. Não importando como foi desenhado este layout, o objetivo era diminuir a velocidade de digitação, uma vez que as máquinas de escrever costumavam ficar com os tipos enganchados uns aos outros quando o usuário digitava rápido demais.

Insônia

Meia-noite e um turbilhão de pensamentos. Tudo o que passa por meus sentidos é estímulo, e meu cérebro não quer perder nada do que acontece. É o que acontece quando invento de ficar no computador até tarde. Ou quando leio um bom livro antes de dormir. Ou mesmo quando tomo banho logo antes de deitar. Por mais clichê que possa ser, a água me traz uma enxurrada de idéias. Agora surgem planos mirabolantes, de chamar aquela pessoa pra sair, de ir ao banco, de comprar mais memória pro notebook, voltar a escrever meu livro, postar no blog... Vou beber água. De olhos fechados, vejo a casa inteira. A alta atividade do meu cérebro desenha todos os pontos em que devo ter cuidado com as paredes e móveis. Na esperança de que enxergar o caminho me faça pensar menos, abro a porta da geladeira para iluminar o caminho até o gelágua. Se torna mais uma brincadeira. Vou percorrendo o caminho e a porta fechando, aumentando a dificuldade e fazendo com que eu volte a desenhar a casa na minha mente. Pego o co

Aparências

Qual a força das aparências no nosso mundo? O que vale mais: quem você realmente é ou a imagem que você construiu e mostra à sociedade? Qual dessas suas duas realidades vale mais para você? Qual dessas suas duas faces vale mais para os outros? Sim, embora todos digam que valorizam mais o que está dentro e menos a embalagem, isto é realmente verdade? Ah, esta pergunta todos fazem, responderei então o que penso disto. O que somos, o que pensamos e sentimos, nada disto é igual ao que mostramos aos outros. Isto não é errado, isto é humano. É uma questão que envolve vários aspectos. Escondemos alguns traços da nossa personalidade por medo de perder algo, ou por querer alcançar alguma coisa, ou por querermos nos aproximar de alguém. Até mesmo por vontade de mudar, de deixar um comportamento incômodo e mudar para algo mais avançado. Mas existe sim o lado ruim da aparência. E ele atinge exatamente as pessoas mais visadas. Aqueles "populares" da escola ou trabalho, os famosos que apar